sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Adeus João......


Recebi hoje uma notícia que me deixou bastante triste... Não que eu já não soubesse que iria acontecer mais dia menos dia, mas não há maneira de contornar, é impossível não sentir uma profunda tristeza perante uma situação destas.

Nasci e sempre vivi em Coimbra, sempre no mesmo bairro, onde conheço toda a gente e toda a gente me conhece, só há cerca de meio ano me mudei para a Marinha, como eu costumo dizer vim para ver os marinheiros... Naquele bairro não havia muitas crianças da minha idade, quase se contam pelos dedos: a Diana, a Carla, a Carla Nova, o Ricardo, o Nuno e aquele que agora nos deixa, o João N...

Traquina e regila q.b., mas um miúdo impecável, miúdo como quem diz, porque somos da mesma idade e conhecemo-nos desde que nascemos. Um bocadito como cão e gato (ainda tenho uma foto nossa no jardim de um dos prédios do bairro quase à batatada por causa das flores, devíamos ter uns dois anitos...), mas acho que isso também fazia parte. Alguns anos depois ele acabaria por mudar dali para outro bairro, mas as memórias permanecem e para grande tristeza minha já há muito tempo que não o via, não é que Coimbra seja uma cidade enoooorme, mas a vida acaba por ser mesmo assim...

A última vez que o vi foi no autocarro, na altura não lhe falei, tive receio que ele já não se lembrasse ou qualquer coisa e fiquei assim um bocadito envergonhada de o abordar. Pois se fosse agora e se eu soubesse que nunca mais o veria era o que eu teria feito, nem que passasse a maior vergonha da minha vida!!

E hoje o João N. desapareceu...

Desapareceu às mãos daquelas doenças estúpidas que ninguém compreende, eu pelo menos não compreendo como é que é possível levar assim uma pessoa, um rapaz de 26 anos com uma vida inteira para viver... Simplesmente não consigo perceber, nem vale a pena, porque por mais anos que eu viva nunca vou perceber...

Adeus João, o Céu ganhou hoje mais um anjo...

Ficam as boas memórias... Lamentavelmente é só isso que resta...

2 comentários :

ABOBORINHA MADURA (Helena) disse...

Não sei se há, eu pelo menos não conheço as palavras certas para dizer num momento como este.
Só quero que saibas que li tudo o que escreveste, imagino o arrependimento que sentes por aquele momento em que tomaste a decisão de não lhe falares, mas a lembrança dele sempre esteve, está e estará contigo e é isso que faz com que alguém que já não tem possibilidade de estar connosco fisicamente, continue mesmo assim sempre junto de nós.

Um grande beijinho

Helena

Kátia Mendes disse...

Ola miga.
Realmente nestas alturas uma pessoa fica sem palavras.
Nunca passei por uma situação dessas e também não gostava nada de passar apesar de saber que a vida é assim mesmo e que um dia irei atender uma chamada que me traga uma noticia muito triste.
Beijinhos grandes e mta força miga.
Bjs